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Data da publicação: 19/03/2024

André Julião | Agência FAPESP – Prever epidemias, preparar-se para períodos favoráveis a surtos de doenças, obter informações para agir antes que os casos se agravem. Estas são algumas das possíveis aplicações da plataforma Inteli.Gente Saúde, que o Centro de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial Recriando Ambientes (IARA) está desenvolvendo.

O repositório fará a coleta de dados públicos relacionados às doenças epidemiológicas e de morbidade, com base nos dados de saúde da plataforma Inteli.Gente no período de 2019 a 2024. O objetivo é desenvolver diagnósticos preditivos e customizados para a gestão, governança e monitoramento das cidades em saúde, bem como para a transformação digital e desenvolvimento urbano sustentável.

A plataforma Inteli.Gente é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que diagnostica o nível de maturidade em transformação digital e desenvolvimento urbano sustentável das cidades brasileiras (leia mais em: agencia.fapesp.br/50145/). Sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), em São Carlos, o CPA-IARA tem apoio da FAPESP e do MCTI.

“Partindo da plataforma Inteli.Gente, estamos criando esse data lake, um repositório com indicadores de saúde, usando como piloto dados do Estado de São Paulo. Com eles, vamos identificar cenários, padrões e utilizar modelos preditivos para chegar a diagnósticos”, explicou Márcia Martinez, pesquisadora do IARA, durante a abertura do debate “Saúde no Estado de São Paulo: Panorama Geral, Desafios e Oportunidades”.

O evento, ocorrido no dia 5 de março, foi promovido pelo CPA-IARA em parceria com o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e transmitido on-line.

Com as informações coletadas e disponibilizadas pela plataforma, os pesquisadores pretendem fornecer uma visão do perfil de saúde da população do Estado, apresentando possibilidades de identificação de soluções para doenças respiratórias e epidemiológicas, monitoramento de saúde, medicina personalizada e formulação de políticas públicas.

 

Vanguarda

O pesquisador do IARA Robson Bonidia lembrou que existem atualmente muitos dados disponíveis, em diversos setores, que podem inspirar soluções usando inteligência artificial, inclusive na saúde.

“Estudos mostram que a inteligência artificial desempenhou um papel fundamental na pandemia de COVID-19, desde testes rápidos até modelos matemáticos que previram quando ocorreriam os picos da doença”, disse.

Um exemplo apresentado foi a iniciativa AutoAI-Pandemics, capitaneada pelo ICMC-USP, que busca democratizar o uso de ferramentas de acesso à ciência de dados e técnicas de aprendizado de máquina a não especialistas nessas técnicas, mas que trabalhem com saúde.

“A ideia é que pesquisadores de outras áreas insiram os dados e consigam utilizar essas ferramentas e aproveitar o poder que elas têm para gerar informação”, contou.

A plataforma Inteli.Gente Saúde, por sua vez, vai conter tanto dados não estruturados do Estado de São Paulo como relatórios médicos em texto e dados mais simples e estatísticos, como os do Datasus.

O objetivo é gerar informações que possam impactar a tomada de decisão dos gestores públicos e formuladores de políticas, como deputados, vereadores, secretarias estaduais e municipais de saúde.

“Talvez o Estado de São Paulo seja o primeiro no mundo a alcançar esse nível de solução, de integrar todos os dados para a tomada de decisões, podendo prever e mesmo evitar surtos e epidemias, por exemplo. Com isso, estará na vanguarda, com os outros Estados vindo a seguir o exemplo”, afirmou.

Para Luisa Pasetto, pesquisadora do IARA e coordenadora da plataforma Inteli.Gente, ferramentas de inteligência artificial podem fortalecer as decisões que os governos têm de tomar na área de saúde.

“O Brasil já erradicou uma série de doenças que acabam atingindo novamente a população. Esse diálogo vem apresentar o que conseguimos oferecer de produto para ajudar nesse setor”, encerrou.

O evento pode ser visto na íntegra em: www.youtube.com/watch?v=UEjyHQ5OG1w.

 

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-ND 4.0ND 4.0. Leia o original aqui.
 

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