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Data da publicação: 15/04/2016

Projetos apresentados no ICMC mostram porque o microprocessador Arduino é o queridinho do movimento maker

"O Arduino tem o espírito da cultura maker", diz o professor Osório

“É como se alguém tivesse aberto uma porta para o mundo, gerando um leque de possibilidades praticamente infinito”. A frase do professor Fernando Osório, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, define a revolução trazida pelo Arduino para o universo da computação. Mas por que esse microprocessador não pode ser considerado somente mais um componente eletrônico disponível na prateleira?

“O Arduino nos trouxe a oportunidade de sair de dentro do computador para poder conversar e interagir com o mundo”, diz Osório, com um entusiasmo contagiante. A questão é que essa conexão entre a computação e a vida real tornou-se mais simples e fácil com o Arduino porque não é preciso ser um especialista para desenvolver um projeto usando o microprocessador. 

Professor fala com entusiasmo sobre as possibilidades da ferramenta

O professor explica que, por se tratar de uma ferramenta aberta, livre e de baixo custo para a criação de projetos de hardware e software, o Arduino permite conectar, de forma descomplicada, o mundo da computação com dispositivos físicos que estão ao nosso alcance na vida real. Isso acontece porque, depois de “sentir” o ambiente por meio de sensores variados (entradas) e processar esses dados via programas inteligentes, é possível programar a ferramenta para afetar seu entorno, controlar e agir sobre o ambiente. Essa ação pode ser realizada por meio de motores e atuadores que possibilitem, por exemplo, ligar ou desligar luzes, movimentar câmeras e outros componentes, etc. Além disso, esse microprocessador interage facilmente com os computadores, independentemente do sistema operacional empregado (Windows, Linux ou Mac).

“O Arduino tem o espírito da cultura maker, a cultura do faça você mesmo: posso olhar o que os outros estão fazendo, fazer igual ou melhorar, inovando e dando a minha contribuição”, acrescenta o professor. No dia destinado a comemorar o aniversário da ferramenta, 2 de abril, uma série de projetos tomaram conta do hall de entrada do auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, do ICMC. No interior do auditório, diversas palestras destacaram o quanto o aniversariante é versátil e pode ser útil tanto para aqueles que desejam criar projetos pessoais quanto para quem desenvolve soluções industriais como a Circuitar.



“A nossa empresa tem uma característica que nos define bastante: unir a indústria mais tradicional a esse novo movimento maker”, conta Luís Fernando Chavier, sócio-diretor da Circuitar. A empresa decidiu fabricar placas que funcionam em um sistema modular e são compatíveis com o Arduino, propiciando a utilização da mesma linguagem de programação empregada na famosa ferramenta. “É interessante para a indústria poder usar as novas tecnologias para resolver os problemas que não são bem solucionados pelas tecnologias existentes ou solucioná-los de uma forma mais barata”, explica Chavier. Ele citou alguns exemplos de como as placas da empresa estão sendo empregadas para controlar vários parâmetros de processos industriais, tais como temperatura, pressão e iluminação. “Os equipamentos industriais mais tradicionais são muito caros e usam linguagens de programação bem antigas. Com o Arduino, temos a oportunidade de reduzir custos e fazer coisas mais criativas. Quem aprende a programá-lo, terá um ferramental para criar várias outras coisas”, completa.

Educando com Arduino – “Nosso principal robô foi feito com Arduino e com uma impressora 3D”, revela Roberto Arias Junior, que coordena um grupo de robótica da Associação Espírita Chico Xavier, em São Carlos. Ele convidou os cerca de 12 jovens que são atendidos pelo projeto para participar do Arduino Day no ICMC: “Acreditamos que é muito importante inseri-los na sociedade. Por isso, sempre os levamos para eventos, para participar de competições até mesmo fora de São Carlos. Queremos mostrar a eles que, se tiverem interesse e vontade, podem ir longe”.

Segundo Junior, a robótica é um excelente estímulo para os jovens, porque fornece uma visão geral sobre diversos conceitos e, ao mesmo tempo, possibilita aos estudantes verem, na prática, o resultado das ações realizadas. “Para os professores e alunos do projeto é muito interessante participar de um evento como esse, que é mundial. Isso nos traz novas ideias e conhecemos mais pessoas que podem nos ajudar”, completa.
Junior: a robótica é um excelente estímulo para os jovens

Para dois alunos do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal de São Paulo, campus São Carlos, o Arduino Day foi uma oportunidade de encontrar ideias para o futuro projeto de iniciação científica que pretendem desenvolver. “É muito vasto o que dá para fazer com essa ferramenta. Então, alguém sempre fala sobre um projeto que não havíamos pensado”, conta José da Silva Junior. Seu colega de curso, o estudante Alex Silva se surpreendeu a palestra que mostrou como a linguagem Python pode ser utilizada com o Arduino.

O evento contou com o apoio do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Software Livre, do Centro de Competência em Software Livre, do Centro de Robótica de São Carlos, do Laboratório de Robótica Móvel, do Warthog Robotics e do hackerspace Godzilla Hacker Clube, espaço colaborativo que está sendo montado em São Carlos com a finalidade de realizar projetos na área da tecnologia. Todas as apresentações realizadas no evento estão disponíveis no site Arduino Day @ ICMC.

Futebol de robôs do Warthog foi uma das atrações do evento

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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